Cada ano que finda em nossa existência temporária na Terra, é uma fração do
tempo que usamos, bem ou mal, em nosso processo evolutivo. O fim do ano é assim
uma oportunidade para avaliarmos nosso bom ou mau uso do tempo, realizando o
balanço de nossa vida, da mesma maneira porque as empresas comerciais procedem
ao seu balanço anual de atividades, lucros e perdas. É tão errado
pensarmos que o fim do ano nada significa, quanto lhe atribuirmos excessiva
importância. O ano chega ao fim: pensemos o que fizemos durante o seu
transcurso, e vejamos o que podemos fazer de melhor, no novo ano. Mas se
verificarmos que perdemos o ano que finda, não nos deseperemos. Há pela frente
um novo ano, ainda intacto, um presente do Eterno, para o nosso desenvolvimento
na duração.
É sempre assim. Geralmente antes do Natal já começamos a refletir sobre o que foi nossa vida neste ano que finda. Ao embalo das vibrações harmônicas deste período, passamos desde segundos, até minutos ou horas avaliando e reavaliando o que fizemos ou deixamos de fazer neste ano.
No texto citado como epígrafe para minhas reflexões, Herculano Pires tece reflexões sobre o Ano Novo num artigo de nome O Ano Novo.
E sua base é o capítulo Uranografia Geral, psicografado pelo astrônomo e médium Camille Flammarion, constante de A Gênese.
É um capítulo interessante e polêmico, mas dentro do ponto em que tentaremos focar nestas reflexões ele cabe bem. Vejamos esta definição:
"O tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias".
Diante disto, o fim do ano, por exemplo, nada mais seria que um limite convecional, sem maiores significações para nossas vidas? E para nós espíritas e espiritualistas, em geral, que conhecem a eternidade da alma, não deveríamos levar em consideração estas medidas relativas? Elas teriam mesmo importância?
Aqui vai um lembrete e uma advertência: parto do princípio de que falo para espíritas ou espiritualistas, como meus leitores. Se você, meu caro leitor ou leitora for ateu, agnóstico ou não admita os pressupostos que utilizo como fundamentação para minhas reflexões, peço-lhe licença para esclarecer que não falo daquilo que 'acho' que é ou deve ser, mas daquilo que é. De algo que com o passar do tempo somente acumula provas e mais provas patentes e irrefutáveis.
Esclarecido isto, continuemos.
Esta medida de tempo que utilizamos nos leva a marcar dias, meses, anos. Herculano afirma que 'embora convencional, esta medida tem, portanto, uma realidade que a fundamenta. Contando os anos, estamos contando a nossa percepção do fluir da duração na eternidade, da mesma maneira porque, contando os quilômetros, estamos contando o fluir da extensão na imensidade".
Interessante, não?
Tudo bem, alguns podem objetar ser esta medida relativa. Sim, sim, assim como nossa percepção de tempo e espaço são, para nós, essenciais para seres que vivem no mundo do relativo, do transitório, das formas fugazes.
Entretanto, não tenciono entrar num complexa discussão sobre o que seria o espaço e o tempo, e sobre a sua realidade ou não.
Quero apenas utilizá-los como fomentadores, como preâmbulo, para poder tocar no ponto essencial da mensagem: seguindo o exemplo das empresas comerciais e seus balanços de fim-de-ano, que tipo de avaliação poderemos dar ao nosso ano que já termina?
Herculano nos dá uma dica para podermos nos avaliarmos com equilíbrio: nem desvalorizá-lo nem supervalorizá-lo.
Não devemos nos desesperar porque não fizemos nada do que havíamos nos prometido, nem devemos passar por ele como se nada representasse.
Ponderemos tudo o que fizemos, admitindo com seriedade e serenidade o que fizemos de errado e buscando fincar os pés no chão quando estivermos preparando uma nova lista de prioridades para o ano novo.
Se não fizemos tudo o que desejávamos, ainda temos um novo ano repleto de possibilidades. Se não alcançamos tudo o que queríamos, temos ainda um novo ano para alcançar a vitória.
Aproveitemos as reflexões que já pudemos fazer no Natal, este período que nos impele a pensar com mais serenidade, com mais carinho e com mais sensibilidade.
Apoveitemos pois o o tempo é uma medida relativa das coisas transitórias, pois se o tempo passa, nós, que somos espíritos, somos eternos. Enquanto nosso corpo envelhece, nós permanecemos os mesmos, só que com mais experiências, mais maturidade.
Busquemos conquistar mais conhecimento, mais serenidade, mais paciência, mas compaixão, doar mais antenção aos nossos companheiros de jornada, mais amor, mais carinho, mais atenção.
Mesmo escrevendo às pressas, com a cabeça cansada, espero ofertar à todos uma reflexão sobre a importância de considerar este período, esta data como importante, como sincera, verdadeira. Com um significado que muitas vezes subestimamos.
Muita paz, luz e harmonia à todos vocês em 2009!
E que venha ele, pois como soldados prontos para a guerra, estaremos de pé esperando que as batalhas cheguem, para, como Júlio César, afirmar: Vim, vi, Venci!
Abraços!
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