Vez por outra, tentarei trazer para cá alguns trechos relevantes de obras de autores espíritas que mereçam ser apresentadas ou relembradas.
Quem vem abrir esta sequência é alguém que me ensinou (e ensina ainda) muito através de suas obras, que deu um belíssimo exemplo de vida, que defendeu a Doutrina Espírita como poucos, enfim, alguém que fez sua inteligência brilhar em muitos campos onde pousou sua pena: J. Herculano Pires.
E o trecho pinçando é do prefácio da obra Diáletica e Metapsíquica de uma outra figura importantíssima: Humberto Mariotti.
Uma nova civilização
Se não houver, neste momento, a ação da alavanca da Filosofia Espírita, salvando o Espiritismo da "ingenuidade popular" e transformando-o, não mais em simples crença, mas em conhecimento, o processo natural desse entrosamento pode ser desvirtuado, pelo trabalho de sapa das forças contrárias.
Aos espíritas, portanto, cabe o dever indeclinável de lutar para que esse entrosamento se realize. A bibliografia espírita, quiçá insuperável pela de qualquer outro movimento filosófico, deve descer das estantes e penetrar nas massas, para não se submeter à "ingenuidade" destas, mas para orientá-las no sentido da sua libertação moral, espiritual, intelectual e social. Para tanto, é necessário um novo trabalho de elaboração, de aglutinação, de sistematização do conhecimento espírita, na forma de compêndios culturais e de manuais populares.
O aspecto religioso ou "ingênuo" do Espiritismo salvou-o da indiferença e da hostilidade conjugada de todas as forças dominantes do século 19 e do século 20, escondendo-o no coração do povo, onde ele viveu e progrediu em silêncio, e permitindo, ao mesmo tempo, o trabalho cultural dos intelectuais espíritas. Temos hoje uma população espírita no mundo, e temos uma cultura espírita.
Mas não temos a sociedade nem a civilização espíritas e nem mesmo a necessária e prévia ligação entre as massas espírita e a cultura espírita, para a criação daquelas. Estamos, porém, no caminho dialético do desenvolvimento de uma nova civilização, e se compreenderms isso, lutando para alcançar o futuro, chegaremos lá.
Encerro aqui este tópico de abertura, que se houver necessidade faço uma análise deste texto para melhor o compreendermos.
No mais, deixo um algo para pensarmos:
Excessos de gentileza
Em O Centro Espírita
O Espiritismo é natural e exige naturalidade dos que pretendem vivê-lo no dia-a-dia, em relação simples com o próximo. Os maneirismos, as modulações artificiais da voz, os excessos de gentileza mundana e tudo quanto representa artifício de refinamento social, deformando a natureza humana e a pretexto de aprimorá-la, não encontram aceitação nos meios verdadeiramente espíritas. O que o Espiritismo objetiva é a transformação interior das criaturas.
Boas reflexões e bons estudos!
"Não há, entretanto, para o homem de estudo, nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque todos encerram os germes de grandes verdades que,se bem pareçam contraditórias entre si,dispersas que se acham em meio de acessórios sem fundamentos,facilmente coordenáveis se vos apresentam,graças à explicação que o ESPIRITISMO dá de uma imensidade de coisas que até agora se vos afiguravam sem razão alguma e cuja realidade está hoje irrecusavelmente demonstrada."
ResponderExcluirO tríplice aspecto Científico-filosófico e moral e, um critério metodológico de aferição,chamado de "CUEE",cujo bojo traz um sentido progressista,acompanhará os avanços de variados campos do saber humano.Ensejando-nos um avanço intelecto-moral.
Se somos espíritas, estudemos a Filosofia Espírita.
SERGIO MA.
Sim, Anderson, gostaria de ver sua análise sobre esse texto de Humberto Mariotti.
ResponderExcluirAbraços.