sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Uma pausa para um descanso....

Muitas vezes, no ritmo frenético que nossa sociedade consumista e atulhada de informações, sem o devido tempo para digerí-las, nos impõe, não conseguimos sequer realizar uma prece decente no dia-a-dia, quiçá acompanhar o crescimento dos filhos...

Para quem estranhou este início de postagem, eu explico: minha vida ultimamente (ultrapassando uma média de 8 horas trabalhadas) anda tão corrida, que as vezes me pego sem nem ter parado para fazer uma prece (decente), dar uma bom dia (decente) para quem amo, ou brincar e me divertir à exaustão com meu enteado, ou melhor, meu filho do coração.

E desta forma, não só vou seguindo sem tempo para quem tanto precisa de mim, como também acabo não tendo tempo para mim mesmo, para minhas reflexões (mesmo sendo poucas....), para meus divertimentos, para minhas leituras (há que saudades de poder passar uma tarde lendo um bom livro!), para uma boa música, ou para vadiar apenas, buscando um tal ócio criativo....

Mesmo sendo espírita, estudando (ou tentando estudar constantemente), fazendo parte de trabalhos mediúnicos quando o tempo me permite (e lá se vão 3 meses de intermitências nestes trabalhos), e mesmo assim, engolfado por esta mesma rotina que vai minando as energias de milhões de brasileiros, as vezes pareço me esquecer que sou um Espírito imortal, que nesta terra de meu Deus tudo é transitório, é passageiro, fulgás, e por isto mesmo tenho que me apegar ao que é valioso, verdadeiro, realmente importante; esqueço que somos seres individuais, pensantes, dotados de livre-arbítrio, mas mesmo assim, influênciaveis; somos seres gregários, ou seja, não vivemos sozinhos, sempre buscamos alguém, um outro; também por ser espírita, as vezes esqueço, conforme nos lembra a questão 459 de O Livro dos Espíritos, que mais do que supomos, tão grande é a influência dos espíritos sobre nós que geralmente são eles que nos dirigem; enfim, esqueço a dinâmica da própria vida, ou, ao menos não me permito apreendê-la devidamente!

Passamos pela vida, geralmente, quase que em um estado letágico, pois o que vemos, não é bem o que vemos, ou deveríamos ver; o que ouvímos, geralmente sofre a influência de um terceiro (encarnado ou desencarnado), que tende a nos estimular a focar um ponto da mensagem que geralmente seria por nós, em estado "desperto" um dos últimos, causando assim sérias, ou pequenas, desavenças; o que pensamos, de ordinário, representa, num processo doentio de um parasitismo espiritual, os desejos e vontades de outrem, ou outrens, e não os nossos, ou só nossos, ou, no mínimo, não são os mais corretos desejos e vontades que deveríamos ter.

Passamos sonolentos pela vida, sem tentar levantar um dedo sequer (por preguiça? por falta de quem nos estimule?) para tentar sermos, quando o bem compreendemos, livres, senhores de nós mesmos, autores de nossa própria história. Donos de nossas próprias vidas e com reais capacidades de amar e sermos felizes!

Não praticamos o bem, por o acharmos dispendioso. Não praticamos a tolerância por acharmos que temos razão em brigar, em forçar alguém à acordar para nossas idéias, em buscar o nosso espaço "custe o que custar". Ou, falar a verdade, sempre, mesmo em horas inconvenientes. Não somos pacientes, ou não tentamos ser. Nao admitimos erros ou falhas de nossos cônjugues, ou namorados (as), ou noivas (os), pois idealizamos (com auxílio de outras mentes) a mulher (ou homem) perfeitos.

Enfim, muitas vezes, realmente vivemos a vida de um outro que não somos nós, definitivamente!

E desta forma, somos arrastados pelo turbilhão que é nossa sociedade contemporânea, com gostos, tendências e celebridades tão efêmeros, tão fugidios quanto o próprio tempo!

E desta forma, refeltindo assim, e de tantas outras formas, foi que me vi parado, observando a vida passar por entre meus olhos, sendo quase arrastado pelas "necessidades" da vida cotidiana, sem tempo para mim, para minha vida, para meus afazeres, minhas refelxões, minhas paixões, para Deus!

E também desta forma, tão repentina quanto a vontade de escrever este texto, divido com vocês o meu desejo de que possamos realmente assimilar a mensagem trazida para nós por todos os Espíritos que formaram o grupo de Codificadores Espirituais da Doutrina dos Espíritos. Sem esquecer da figura importante que é o Espírito Verdade, que vem, como outrora, cuidar das ovelhas desgarradas que precisam de auxílio.

A força da Doutrina Espírita, não por acaso, como bem definiu Kardec, na sua conclusão ao O Livrio dos Espíritos, está na sua Filosofia, no apelo que faz à razão, na sua capacidade de despertar, educar e fortalecer o ser em sua/para sua caminhada evolutiva, em busca da felicidade, do amor, da paz, da sabedoria.

E fico agora, pensando se a pausa a que me propus, foi de descanso ou desabafo? Eh! Bem, independente disto, o recado está dado: todos nós precisamos de uma pausa para descansar, para aproveitar a vida, nossa família, nossos amores (grandes e pequenos...=]), para nos lembrarmos, que somos espíritos, que somos imortais, que já vivemos, já sofremos e que precisamos sair deste cículo vicioso, de depender de outras mentes, de aceitar suas influências perniciosas.

Pensemos nisto!

A todos bons estudos, boas reflexões.

sábado, 11 de outubro de 2008

Palavra do Herculano

Vez por outra, tentarei trazer para cá alguns trechos relevantes de obras de autores espíritas que mereçam ser apresentadas ou relembradas.

Quem vem abrir esta sequência é alguém que me ensinou (e ensina ainda) muito através de suas obras, que deu um belíssimo exemplo de vida, que defendeu a Doutrina Espírita como poucos, enfim, alguém que fez sua inteligência brilhar em muitos campos onde pousou sua pena: J. Herculano Pires.

E o trecho pinçando é do prefácio da obra Diáletica e Metapsíquica de uma outra figura importantíssima: Humberto Mariotti.

Uma nova civilização

Se não houver, neste momento, a ação da alavanca da Filosofia Espírita, salvando o Espiritismo da "ingenuidade popular" e transformando-o, não mais em simples crença, mas em conhecimento, o processo natural desse entrosamento pode ser desvirtuado, pelo trabalho de sapa das forças contrárias.

Aos espíritas, portanto, cabe o dever indeclinável de lutar para que esse entrosamento se realize. A bibliografia espírita, quiçá insuperável pela de qualquer outro movimento filosófico, deve descer das estantes e penetrar nas massas, para não se submeter à "ingenuidade" destas, mas para orientá-las no sentido da sua libertação moral, espiritual, intelectual e social. Para tanto, é necessário um novo trabalho de elaboração, de aglutinação, de sistematização do conhecimento espírita, na forma de compêndios culturais e de manuais populares.

O aspecto religioso ou "ingênuo" do Espiritismo salvou-o da indiferença e da hostilidade conjugada de todas as forças dominantes do século 19 e do século 20, escondendo-o no coração do povo, onde ele viveu e progrediu em silêncio, e permitindo, ao mesmo tempo, o trabalho cultural dos intelectuais espíritas. Temos hoje uma população espírita no mundo, e temos uma cultura espírita.

Mas não temos a sociedade nem a civilização espíritas e nem mesmo a necessária e prévia ligação entre as massas espírita e a cultura espírita, para a criação daquelas. Estamos, porém, no caminho dialético do desenvolvimento de uma nova civilização, e se compreenderms isso, lutando para alcançar o futuro, chegaremos lá.

Encerro aqui este tópico de abertura, que se houver necessidade faço uma análise deste texto para melhor o compreendermos.

No mais, deixo um algo para pensarmos:

Excessos de gentileza
Em O Centro Espírita
O Espiritismo é natural e exige naturalidade dos que pretendem vivê-lo no dia-a-dia, em relação simples com o próximo. Os maneirismos, as modulações artificiais da voz, os excessos de gentileza mundana e tudo quanto representa artifício de refinamento social, deformando a natureza humana e a pretexto de aprimorá-la, não encontram aceitação nos meios verdadeiramente espíritas. O que o Espiritismo objetiva é a transformação interior das criaturas.

Boas reflexões e bons estudos!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Um rápido olhar sobre a XVII Mostra Espírita de Pernambuco

Nos dias 27 e 28 de Outubro deste ano, entre os horários de 08:30 as 18:30, foi realizada a XVII Mostra Espírita organizada pela Federação Espírita Pernambucana em homenagem à uma obra de valor inigualável: A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo.

Um evento deste porte é sempre digno de ser lembrado e comentado. E é isto o que desejo fazer aqui. Louvar pois o movimento espírita pernambucano, embora esteja dando mostras de tentar de se organizar melhor, ainda sofre com a falta de eventos que promovam e proponham projetos e objetivos que viabilizem e fortaleçam o Espiritismo em nossas terras. Não em questão de quantidade, que decerto se ampliaria. Mas em questão de qualidade, com Espíritas [com 'e' maiúsculo mesmo] mais conscientes, mais moralizados, mais ativos, mais pensantes.

Pois, certa vez, organizando uma palestra sobre a juventude e o trabalho espírita, lembro que em um dos muitos artigos que li [desculpem-me a falha da memória...] havia um comentário sobre como um movimento 'religioso' [ou doutrinário, filosófico, para os mais 'invocados'...] que muitas vezes, entre efetivos e temporários, conta, somente em nosso estado, num palpite, com algo em torno de 18 mil trabalhadores consegue obter resultados ainda tão pífios, embora sejamos, senão os primeiros, pelo menos entre os primeiros grupos religiosos-filosóficos-doutrinário-filantropos, que mais se dediquem à causa voluntária. Embora a boa vontade da imensa maioria dos trabalhadores, ainda há uma expressiva ausência de conhecimentos específicos sobre o que se faz, e... enfim, para não fugir do assunto, embora tudo o que tentei ressaltar acima, eventos que reunam adeptos para estudo, que aprofundem cada um dos ramos fecundos da Doutrina Espírita, ainda são meio escassos em nosso território.

Pequenos eventos, em localidades diversas existem, mas congressos, fóruns de debates onde todos debatam mesmo, onde haja a formentação, ainda são poucos.

Entretanto, retornando à Mostra Espírita, fiquei muito feliz por ter participado, principalmente por ser a primeira vez a que me dava ao 'luxo' de tal tentame. O tema deste evento foi o que mais me entusiasmou. A Gênese!

Que raciocínios, propostas, reflexões, e debates não se podem obter analisando esta obra? Desde uma melhor orgaização e fundamentação sobre a teoria que vai 'do átomo ao arcanjo' [q. 540 do LE*], até as criações fluídicas, as idas e vindas de espíritos, em todos os tempos, como lei natural, desmistificando uma onda 'modísitca' sobre certas crianças, uma melhor abordagem sobre o que de fato seja a revelação espírita e como ela se dá, enfim, são inúmeras as reflexões e propostas que podemos retirar de um estudo sobre esta obra. E nem se fale no papel da ciência neste quesito! Kardec também fez o favor de analisar este assunto.

Entretanto, verdade seja dita, embora tudo o que ressaltei sobre o evento, sobre aquilo que formentava as idéias em minha cabeça, grande também foi minha surpresa ao ver que aquilo que eu esperava não aconteceu.

Objetividade! Foi uma palavra que faltou para alguns palestrantes. Não que sejam ruins, que não saibam apresentar o assunto, ou qualquer outra idéia que passe na sua cabeça, caro leitor, não foi nada disso. E minha intenção não é denegrir nem os expositores nem o evento, que, REPITO, me deixou feliz, embora que com gosto de quero mais, por faltar o assunto principal em certos momentos. Mas....bem....retomando o assunto, a objetividade foi algo que em alguns momentos faltou e o que poderia ser melhor analisado, melhor apresentado, novas idéias, novas reflexões, um trecho escondido que nos abra a cabeça para uma outra ordem de assuntos, paralelos com as pesquisas da Ciência de nosso tempo sobre o mesmo assunto...Enfim, algo que sabemos que vai sendo corrigido com o tempo.

Embora que, como citei mais acima, às vezes, este retorno às bases, com uma melhor capacitação do trabalhador espírita, com a formentação de grupos de estudos nos diversos centros, grupos de ESDE, ESTEM, EADE, ou qualquer outro grupo que estude a Doutrina dos Espíritos tendo como base do edifício a CODIFICAÇÃO [ não apenas o pentateuco, que desculpem alguns, êta palavra infeliz, pois nos faz ter a falsa idéia de que a Revista Espírita, o livro O Que é o Espiritismo e todas as outras obras escritas por Kardec são secundárias, sem muita importância, o que diga-se de passagem é justamente o contrário....qualquer dúvida, atente-se para o item 35 de O Livro dos Médiuns.], enfim, que desta forma, isto facilitaria uma melhor organização dos expositores sobre a profundidade do tema que irá abordar. Ou seja, sobre se vai ao âmago da questão e traz à tona pensamentos mais complexos, ou se só come pelas beiradas. Eu fiquei com a sensação de que foi assim que eles se sentiram...

Para resumir e encerrar esta resenha sobre o evento, já que falei sobre um monte de coisas, cutuquei onça com vara curta, já que tem gente que não irá gostar do que escrevi, o que não posso fazer nada, pois é apenas minha opinião, sincera, franca, de quem deseja que esta árvore frutifique mais e mais, o evento, embora esta falta de objetividade de alguns, foi bom; principalmente para uma primeira análise de minha parte que não tenho parâmetros para comparar com outros anos, com outros expositores, com outros assuntos....

Para quem não pôde, ou não quis ir, um conselho: não perca o próximo! Você perdeu uma ótima chance de sair de lá com um algo mais dentro de si, pois se não saiu [como eu] satisfeito plenamente com a abordagem do tema feita pelos expositores, ao menos sairia tocado fundamente na alma com as últimas palavras de Ana Guimarães, umas das participantes....

Bons estudos [reitero a dica do item 35] e boas reflexões!

Nota importante: mesmo com um surto de falta de tempo, tentarei programar a publicação de alguns artigos sobre assuntos como Perispírito, Magnetismo e Passes, Sonambulismo, entre outros assuntos. Que Deus me abençoe e os bons espíritos me inspirem a escrever nem que seja desdobrado!